domingo, 24 de março de 2013

Pessoal da regulação da mídia, olha quem vem pra jantar!

A julgar pela sua conta no Twitter, parece que o empresário ficou puto com a acusação de que teria chamado o ex presidente Lula para interceder a favor da implantação de uma empresa chinesa no Açú, prejudicando assim o estado de Espírito Santo, onde iria se instalar originalmente.


O curioso é que Eike tuita desmentindo os detalhes acessórios, mas não o assunto principal.
Lula, provavelmente, não vai falar nada do assunto.

O fato é que se trata de uma verdadeira sinuca para os camaradas campistas: dá para defender o Eike, só porque quem publica a matéria é a Veja? Será que se trata de um caso de 'golpismo empresarial' que os Civita empreendem contra o grupo X?

Talvez a melhor estratégia seja o silêncio.





5 comentários:

douglas da mata disse...

Gustavo, cada vez mais seus argumentos empobrecem.

Regular o poder de concentração oligopolista da mídia, e da produção de informação, e conteúdo não significa impedir que a mídia trate deste ou daquele assunto.

Você parte de premissas falsas, como se controlar a ação de um setor signifique acabar com ele, e pior, que haja setores (mídia) que estejam fora do alcance de qualquer controle.

Claro que nenhum de nós sabe, ao certo, como implementar formas de democratização da produção de informação, bem como desconhecemos as formas exatas de impedir que oligopólios de mídia avancem sobre a liberdade da sociedade de ter acesso a um sem número de possibilidades de informação.

No entanto, a mídia sequer se submete a tais processos, pois se julga imune a eles.

A Inglaterra acabou de finalizar seu relatório Levenson, e com críticas de um lado e de outro(os barões da mídia e a sociedade civil) vão tocando seu processo de desconcentração da mídia, e mais importante: a severa e exemplar punição dos editores e outros executivos que abusaram de suas prerrogativas.

O mundo não acabou.

Quanto a matéria em si, fica minha opinião:

01- Se é a "óia" que publica, não há menor credibilidade. A história recente da publicação revela-nos que não há mais jornalismo ali.

02- Defender o senhor X é com a turma dele;

03- Se Lula fez algo indevido, responda onde tiver que responder, mas é claro, depois de processado e provado.

E pelo que sei, não é a "oia" a melhor instância para fazê-lo, muito menos a mídia corporativa.

Uma pessoa honesta como você, e muito inteligente, já saberia de antemão que NENHUMA das acusações feitas pela "óia", eu repito, NENHUMA se comprovou, nem sequer nas páginas da revista, que usa e abusa, de: ouvi dizer, pelo que se sabe, etc.

Mais dia ou menos dia, para o bem da própria mídia, teremos que fazer os ajustes necessários.

Um abraço.

Gustavo Alejandro disse...

Douglas, o engraçado é que você defende o devido processo legal para o Lula, mas em relação à Veja já tem a condenação pronta.

Eu acho que o problema, talvez, passe pelo lado de observar que a revista continua publicando suas matérias sem que ainda tenha sido punida judicialmente por nenhum fato que denunciou. E por isso você torce por uma nova legislação que castigue à editora.

Eu acho que não toma em conta que, na Inglaterra, no famoso caso do "News of the World", os responsáveis foram punidos e a revista teve que fechar suas portas, sem a utilização de legislação específica de controle de mídia.

Ou seja, os responsáveis cometeram delitos tipificados penalmente como crimes. Se isso ainda não aconteceu aqui no Brasil, talvez, deva-se ao fato que a Veja não praticou nenhum delito.

Na pior das hipóteses, a Veja é tão inocente (ou culpada) quanto o Lula.

Agora bem: a imagem de Lula com Eike, no Açú, não é boato. É fato (e foto).

Um abraço.

douglas da mata disse...

Então, pelo seu raciocínio, todos os ricos, poderosos e seus oligopólios que não foram punidos por seus crimes e tráficos de influência é porque não existe lei, ou porque são inocentes?

rsrs...Você pode fazer melhor, Gustavo.

Criminalmente, eu defendo o devido processo para todo mundo.

Se Lula for chamado a algum processo que responda.

Mas por que a "óia" sequer admitiu a possibilidade de ser interrogada, e fez mundo e fundos para afastar esta oitiva?

...........................

Bom, a imagem de Lula com Eike prova o que mesmo?

Que o Lula imaginou tê-lo como um Barão de Mauá?

Santo deus, isto todos nós já escrevemos (só ler o planície)e debatemos, inclusive, com minha rejeição a ideia, embora eu a compreenda.

Gustavo, eu analiso a credibilidade(neste caso, a falta de) da "oia" pelo seu histórico recente.

Negócios escusos, gangsterismo, manipulação e mentiras.

Semanalmente.

Nenhuma das "denúncias" da revista chegou sequer perto de ser comprovada...nenhuma delas, e não foram poucas.

Em relação aos crimes da revista e seus editores, eu tenho certeza de que encomendar a um criminoso que grampeie um telefone de um deputado(ou de quem quer que seja) e invadir as dependências de um quarto de um hotel sejam crime, mas eu posso estar errado.

Mas de uma coisa eu tenho certeza:

Criminosos ou não, todos os executivos da News of the World prestaram conta no Parlamento e junto às autoridades, e quando o fizeram, ainda eram presumidamente inocentes.

E a sociedade de lá só pode enquadrá-los porque tal atitude não foi considerada o "fim do mundo", como aqui.

O big boss sentou no banco dos investigados, safou-se das acusações, e o mundo não acabou.

E aqui? Bom, aqui seria um atentado a liberdade de imprensa, rsrs...nem você acredita mais nisto Gustavo...

Gustavo Alejandro disse...

Douglas, se 'lá' a sociedade foi capaz de 'enquadrar' um grupo editorial que cometeu crimes -a diferença daqui-, então o que tem que ser mudada é a sociedade.

Muito embora sejam discutíveis os crimes que você atribui ao pessoal da Veja (pois se fossem tão evidentes já teriam sido penalmente processados, pelo menos), quero deixar clara uma coisa: não me interessa defender uma editora, e se comete crimes, que responda por isso - igualzinho que o Lula.

Mas -e aqui acho que reside nossa diferença pela qual não terminamos de debater- prefiro um excesso de um jornalista, a um excesso de um governante, pois o abuso do primeiro obriga o segundo a dar uma explicação. O contrário(o abuso de um governante) o sofremos todos. Mais ou menos o que a Dilma disse.

Você já deve ter pensado desse modo, em outras épocas.

douglas da mata disse...

Sei, como o "excesso de zelo" do armando nogueira editando o debate em 89?

Um simplório exemplo de um setor manipulando a história de um país todo, ou não?

Gustavo, não prefiro excesso algum...prefiro desenvolver meios de controlar, e quando não for possível, punir os excessos.

Você fala como se os excessos de um ou de outro fossem estanques e não se inter-relacionassem, às vezes como causa e efeito.

Mas ainda assim, você não pode esquecer que a regulação da política é da sociedade, que outorga e retira mandatos.

Esta é a natureza do Estado e seu poder originário.

E a mídia, o que seria? Um ente acima destes conflitos?

E qual a instância de controle da mídia? O controle remoto? Não acredito que você defenda uma tolice destas...

Mesmo assim, e neste caso, por tudo o que assistimos, o setor público e político têm sido bem cobrados, prova disto que nossa Democracia melhora todos os dias.

Já a mídia...