domingo, 17 de agosto de 2008

Grana compra Ouro

Roberto Moraes, no seu blog, pergunta cadê Cuba nestas olimpíadas. O Xacal questiona o que é Michael Phelps, o superhomem recordista de medalhas.

Associado os dois interrogantes me surge um terceiro: é valido atribuir o mérito de uma vitória olímpica (ou derrota) a um país? Pra que serve o quadro de medalhas?

Um superatleta como Phelps, assim como o soviéticos ou os cubanos em seus dias de glória, são o produto de enormes recursos investidos no seu treinamento. É dinheiro que vem ou de patrocinadores privados, ou do governo, segundo o caso. Se o Brasil (ou qualquer outro pais) decidisse destinar um bilhão de dólares para um fundo de desenvolvimento esportivo com a finalidade de se tornar potencia olímpica, certamente ficariam nos primeiros lugares do ranking. E isso significaria o que? Apenas que destinou mais grana que os paises que ficaram embaixo dele.

O que é obvio precisa ser lembrado: mais trunfos esportivos não significam que o país do atleta seja melhor que nenhum outro, em nenhum aspecto. Menos ainda que existam características genéticas ou sociais do “Ser Nacional” que demonstrem que tal povo é superior. O exemplo recorrente mais emblemático deste erro foram as olimpíadas de 1936, na Alemanha nazista, mas durante toda a Guerra Fria os Estados Unidos e a URSS continuaram a competir para ver quem possuía o Homem Superior. Não se falava abertamente, é claro, mas ficar no topo da lista representava muito mais do que a simples constatação de que esse pais tinha apoiado mais aos esportistas do que qualquer outro.

Agora será a vez da China. A ditadura comunisto-capitalista demonstra sua superioridade nas quadras, nas piscinas e nas pistas de atletismo. Se isso é interpretado como a vitória do Homem Chinês frente ao mundo, também é valida a conclusão de que o Homem Chinês hoje é melhor ao Homem Chinês da época de Mao, quando não se colhiam tantas medalhas, mas se era mais socialista.

Mais medalhas só significa mais dinheiro investido, apenas isso.

O pais (ou patrocinador) põe grana num atleta e recebe ouro. Apenas um ciclo econômico.

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