sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O DEBATE QUE FOI, E O QUE PODERIA TER SIDO

A versão 2.0 do debate entre os candidatos a prefeito de Campos mostrou uma evidente progresso em vários aspectos. Foi menos engraçado, lamentavelmente. Por isso, esta breve crônica também o será.


Apenas uma coisa para destacar: o que chamou minha atenção do debate de ontem não foi o aplauso dramático de Shunk, nem o fato de ver Arnaldo mais concentrado, Makhoul menos gripado, Zé Geraldo de preto e Rosinha de rosinha.

O que me chamou a atenção foi a omissão por parte dos candidatos em questionar as inúmeras evidências de superfaturamento de valores de licitações, malversação de fundos ou realização de obras monumentais , desnecessárias, e feias, como o Sambódromo ou a Beira Valão. Não houve nunca a intenção de estabelecer a discussão no patamar das idéias e das intenções; de tentar mostrar que a atual administração favorece o clientelismo e a dependência de grandes setores da população utilizando um modelo de dilapidação de recursos finitos.

Assim, limitaram-se os candidatos a apontar as ineficiências e falhas da gestão, principalmente nos setores de saúde e educação. Não que não seja verdade, mas o problema é que isto era astutamente contornado pela prefeita: sua estratégia era, a cada descrição negativa dos oponentes, enumerar os seus feitos e seus programas, e insistir com que ainda tinha coisas por fazer e corrigir. O que lhe dava a desculpa perfeita para pedir mais 4 anos de governo.

Porque se há uma coisa que não se pode negar do governo Rosinha, e ainda mais em comparação com seus imediatos antecessores, é que ele não ficou parado. Mostrar serviço é uma característica do casal G., ainda que isto não signifique eficiência, transparência ou benefícios de longo prazo para a população. Portanto, participar do debate tomando como base o que foi feito até agora e propor fazer ‘mais e melhor’, subindo as vezes a aposta até os limites do absurdo (reativação das linhas férreas da baixada; VLT de Guarús até Goytacazes) acabam deixando o eleitor receoso de trocar o certo pelo fantástico .

Até os candidatos Shunk e Geraldo, que foram mais combativos e articulados do que Makhoul e Arnaldo, não aproveitaram a oportunidade de ter a prefeita na sua frente para atacar os verdadeiros pontos fracos dos Garotinho: a falta de transparência, o populismo e a corrupção.

E olha que não foi por falta de subsídios. Basta olhar o post embaixo para ver alguns.

Curiosamente, foi o candidato menos esperado, Arnaldo, quem levantou uma questão para a qual a prefeita não tinha uma resposta: o apoio de Mocaiber. Mas nenhum dos dois fez muita questão de se aprofundar no tema, logicamente. O que surpreendeu foi que nenhum dos outros percebesse lá uma chance.

Domingo saberemos as impressões dos eleitores sobre o debate.

Um comentário:

Roberto Manhães disse...

NÃO AVANÇAMOS, RETROCEDEMOS A 2008!

Ainda falta muito para sermos um País Democrático, a começar pela questão da obrigatoriedade do voto, mas como é cláusula pétrea, e, como tal não se pode mexer, melhor não entrar neste viés.

Comparecemos as urnas, votamos e quais os resultados? Dizer que Rosinha teve cerca de 70% de aprovação era o almejado e planejado por Anthony Garotinho, para mostrar para Sérgio Cabral.

E, aí Garotinho, Sérgio Cabral também te mostrou que ele fez Eduardo Paes, prefeito do Rio e, com quantos votos?

Nós eleitores, não somos brinquedos para os egos de vocês, ou será que somos?

Se for computar os votos de Arnaldo Vianna este índice cai bastante e, aqui começamos a entrar nas alterações que devem ser feitas em lei: Se, um candidato foi declarado inelegível por um órgão colegiado, a campanha dele deve ser suspensa imediatamente.---> O MOVIMENTO CAMPOS FICHA LIMPA não pára com o término das eleições... temos muito a fazer ainda.

Agora, temos o SEGUNDO TEMPO das eleições em CAMPOS, que ao invés de ser nas URNAS, continuará sendo na JUSTIÇA!

Rosinha dizer que OS PROCESSOS DELA ESTÃO ENCERRADOS? no Blog do Bastos. É muita soberba não?

Realmente, Garotinho protagonizou uma cena em palanque em São Fidélis memorável, ao dizer que as decisões do TRE não tem valor e, que ele as anula em Brasília ( acaba que um Fenemê passou por cima dele e, David Loureiro só volta a fazer parte da vida política em 2021).

Falta ainda saber por que Garotinho não foi preso em flagrante ontem.

ROSINHA É FICHA SUJA.

O processo cujo Ministro Marco Aurélio deu uma decisão monocrática quando deveria ser COLEGIADA, afinal ele estava decidindo um Recurso Especial sobre processo julgado pelo TRE do RJ -> decisão colegiada, foi na manhã de hoje encaminhado ao Ministério Público Eleitoral (PGE), e, vai ser levado a plenário. E, aí veremos se está tudo encerrado ou não!

http://pensamentossubjetivos.blogspot.com.br/2012/10/nao-avancamos-retrocedemos-2008.html