sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Isso que é Jornalismo-Não-Golpista

11 comentários:

douglas da mata disse...

Estranho é quando a mídia se comporta da mesma forma, e em uma democracia...

Que a imprensa norte-coreano use viseiras, eu entendo, mas a brasileira?

Foi para isto que lutamos pela redemocratização, para sairmos da ditadura política, para a ditadura da opinião do PIG?

Gustavo Alejandro disse...

Tem que reconhecer, Douglas, que a ditadura da opinião do PIG é bastante permissiva: deixou governar durante 10 anos a um partido de esquerda.

Anônimo disse...

Este seria o PIS? Partido da Imprensa Situacionista?
No tal do socialismo real é assim?

douglas da mata disse...

Mas imprensa tem que "deixar ou não governar"?

O que é um partido?

Em tempo: eles, por tudo que produziram, não "deixaram governar", mas foram incapzaes, como no passado de manter a opinião sob sequestro.

Repito o comentário, talvez você entemda: ruim é quando a imprensa, que diz lutar por liberdade, se comporta como um organismo de partido único, uma ditadura de opinião em uma democracia.

Aliás, como você bem sabe, nem dá para chamar este exemplo mostrado por você de imprensa, até porque, sabemos, não há alternativas por lá.

Mas e aqui. Por que a imprensa corporativa insiste em pregar o pensamento único?

Gustavo Alejandro disse...

Douglas, não se trata de deixar ou não governar. Mas entender que a imprensa não tem o poder de fazer isso. Ainda que possa querer. A realidade brasileira mostra isso.

Apenas entrei no seu jogo: você disse que estávamos sob uma ditadura. E é claro que não dá para levar a sério. O golpismo que a esquerda vê na imprensa é um crime impossível. Impunível.

Por outro lado, se aceitasse que estamos sob a influência mediática de um pensamento único (o que é falso, considerando os blogs, a mídia 'progressista', a tv Record - Amorim trabalha lá, né? - e a poderosa propaganda oficial, mas vamos lá), como mudar isso?

Esse é um ponto interessante: as propostas para que exista 'pluralidade' de opiniões passa por onde? Por fomentar novos canais de comunicação, ou por destruir a Globo, a Veja, a Folha, etc.?

Não dá, num estado democrático, para instituir uma lei que obrigue a publicar boas notícias. A censura também está descartada. O que resta, então, é prejudicar economicamente as multimídias, tirando-lhe benefícios, isenções, etc. Tudo bem, até seria a favor disso, mas é importante levar em conta que isso não fará aquelas mídias mais simpáticas ao governo.

E, se ficarem, aí sim teríamos um pensamento único oficial. Mais ou menos como a moça do jornal nor-coreano.

douglas da mata disse...

Gustavo, torcer o conceito das palavras não vai ajudar a transforá-las em bons argumentos.

Você é muito melhor que isto.

Não houve jogo quando citei ditadura de opinião!

Vivemos, de fato, diante do enorme monopólio dos meios de comunicação de massa, somado ao autoritário comportamento de jornais, TVs e revistas, que agem como partidos de oposição(não fui eu quem disse, foi a diretora de importante entidade patronal de mídia, senão me engano associação de jornais/revistas, ou a de TV e rádio), que você bem sabe, não podem ser combatidos como partidos, pois querem a "prerrogativa" de serem imprensa quando lhes convêm.

É claro que uma ditadura estatal é muito mais ampla que uma a ação monopolista de jornais, revistas, rádios e TVs.

Mas as duas são expressões similares e anti-democráticas, e foi neste sentido que utilizei a palavra-força "ditadura"(de opinião).

O eixo de meu raciocínio não foi discordar de sua crítica ao regime norte-coreano, e seus veículos oficiais de propaganda.

Minha crítica foi do comportamento autoritário da mídia em ambiente democrático, que me soa muito mais estranho!

O fato de haver uma resistência não desmerece a existência deste monopólios de opinião. Toda ditadura tem uma resistência.

Veja que ditaduras e democracias são termos amplos, e às vezes mal entendidos.

Como eu sempre cito: 08 brasileiros dentro de uma sala com dois argentinos. Os brasileiros votam pela morte dos argentinos.

Vontade da maioria? Óbvio. Democracia? Creio que não!

E de sinal trocado, o raciocínio também vale, ou seja, o que a mídia corporativa tenta dizer que ela está acima da democracia, como se coubesse a ela a tarefa de vigiá-la, dizendo-nos que não está incorporada aos interesses e aos conflitos pelo controle ideológico da sociedade!

Este comportamento é muito mais autoritário que uma apresentadora-fantoche de quimono rosa.



Gustavo Alejandro disse...

Bom, então você acredita mesmo que um jornal, ou revista, podem ser perigosos à Democracia. E piores até do que um jornal de um estado totalitário...caramba!

Você insiste com seus argumentos e e obriga a insistir com os meus: essa mídia, que você qualifica como autoritária, não produziu dano nenhum ao governo petista.

A menos que você entenda que quando a presidente substitui um ministro que comete irregularidades na sua gestão, e tem a infelicidade de que essas falcatruas sejam denunciadas, sejam exemplos de golpismo mediático.

A manifestação de opiniões, Douglas, não podem ser atacadas sob o pretexto de serem 'golpistas'. Fundamentalmente, porque não o são. No pior dos casos, atacam a política implementada pelo governo. Mas isso não foi tipificado como crime no Código Penal.

Pergunto: você defenderia com igual entusiasmo sua teoria PIG, se um eventual governo tucano, na presidência, fosse 'atacado' pela mídia?

O sucesso do governo petista é a melhor refutação de sua teoria. Não apenas isso: a própria presidente parece não concordar com a ideia de estabelecer qualquer controle "social" ao que é publicado. Será que ela também foi cooptada ideologicamente pelos Marinho/Civita?

Insisto, também, com uma indagação: quais são as medidas que, segundo você, deveriam ser tomadas para que esses "monopólios de informação" deixem de conspirar contra o governo? Me diga uma que não se assemelhe à censura.

Sobre o exemplo dos 8 brasileiros e os 2 argentinos, confesso que não entendi sua pertinência no assunto que discutimos. Me parece, contudo, muito apropriado para criticar certas formas de governar que você simpatiza. 8 venezuelanos querem que um presidente se reeleja indefinidamente; 2 são contra.

Vontade da maioria? Certamente. Democracia? Creio que não!

douglas da mata disse...

Gustavo,

Você trata a mídia corporativa apenas como veículo de comunicação e produção de conteúdo, onde o alcance das ações destas corporações estão resumidas aí, na simples divulgação de conceitos e críticas a este ou aquele governo.

Não são!

São instrumentos de de controle ideológico, que desfrutam da condição privilegiada em relação aos estamentos políticos, porque não fazem parte deste, embora se portem como tais.

Se não há risco para a democracia na concentração de poder nas mãos dos oligopólios de comunicação, por que os países com mais maturidade institucional regulam fortemente este setor?

Se a mídia não é capaz de influenciar opiniões, por que existe mercado publicitário?

Se a concentração de poder nas mãos da mídia não desfavorece a democracia, por que nos países onde há tal controle e concentração oligopolista, temos uma democracia "mais frágil", como foram as democracias latino-americanas?

Gustavo, o fato da mídia, HOJE, não conseguir derrubar governos, no Brasil, não significa que não esteja trabalhando por isto, e pior, que tal tarefa não lhe seja possível.

Então você sugere que a democracia e os partidos esperem a mídia acumular forças para derrubar governos para impedir que o façam?

Santo deus!

Com tentaram fazer na Venezuela? Ou aquilo foi um delírio chavista, o golpe?

Sua hipótese sobre o governo tucano é impossível, por questões orgânicas e de classe a mídia corporativa não ataca os seus.

De fato, Dilma não parece inclinada a dar a mídia corporativa o único argumento que ela necessita para rasgar sua máscara golpista(o papel de vítima). Concordo com ela.

Mas isto não quer dizer que tenhamos que abrir mão do debate.

Já falamos sobre o tema e você conhece minhas ideias sobre o controle: financeiro, proibição de propriedade cruzada, etc.

Diluição de poder de fogo das corporações e de sua capacidade de funcionar como mediador do assédio da capital sobre os processos democráticos, os "chamados corretores de opinião"

Nas questões de conteúdo, não creio que deve haver censura a críticas de teor político, mas um aparato legal(para substituir a lei de imprensa) que permita coibir os abusos com rapidez.

Em tempo:

Conspirar é diferente de criticar, e creio que nós dois sabemos a diferença, não?

Em tempo 2: a brincadeira sobre argentinos e democracia foi para dizer que nem sempre a maioria é sinal de democracia, mas por outro lado, não podemos ficar reféns da minoria, como é o caso da mídia e dos demotucanopatas.

Gustavo Alejandro disse...

Douglas, a sua ideia de que é necessário agir e não aguardar a que a imprensa acumule forças suficientes para derrubar governos se parece em muito à ideia da 'guerra preventiva' da administração Bush: "por enquanto não são perigosos, mas o serão, acreditem!"

Não me consta, e não me deu provas, de que a mídia tenha a capacidade, hoje, de derrubar governos. Imagino que você, nesta altura da história, não imagine que a imprensa vai bater nas portas dos quarteis. Então, de que forma poderia efetivar o golpe?

Pois qualquer forma de desestabilização que eu imagine que você pensa, passaria por influenciar os atores sociais (justiça, políticos, forças sociais, etc.) a mudar o status quo democrático, haja vista que um jornal não tem força física nenhuma, apenas a da palavra.

Portanto, sua influência será sempre indireta: haverá outros, com poder real, de fazer o que a imprensa quer. Ex: um processo de impeachment contra a presidente, levado a frente pela maioria dos legisladores. Ainda que os cérebros dos deputados e senadores esteja comandado remotamente pelo Vitor Cívita, aqueles serão os responsáveis, pois respondem por seus atos.

É verdade que já falamos sobre isto, por isso repito que suas idéias de controle financeiro são, mais do que tentativas de regulamentar a mídia, punições ou correções de distorções econômicas, e pouco farão no objetivo de evitar matérias "golpistas".

Sobre coibir os abusos de conteúdo, bem, para isso basta aplicar o Código Penal. Mas imaginar uma entidade governamental que pretenda catar conspirações dentro das críticas é uma ideia tão impossível quanto perigosa.

Tão (felizmente) é impossível, que Dilma sabe que não pode cair nessa tentação. Você pode achar que ela o faz para não dar argumentos à mídia 'para rasgar sua máscara golpista'. Seja como for, acaba reconhecendo que não há muito o que fazer.


douglas da mata disse...

Gustavo,

Segue você comparando mamão com jaboticabas, apenas porque são frutas.

Distorções grosseiras, incomuns a um cérebro privilegiado como o seu.

Parece mais o arnaldo jabour, rsrsrs.

As guerras "preventivas" de bush se basearam em mentiras(muitas delas ratificadas pela mídia dócil), em nenhuma evidência histórica ou factual.

O comportamento partidário da mídia foi confessado por uma diretora de entidade patronal, e não por um "blogueiro sujo" delirante.

Nossa História e da A.L. está cheia de exemplos de instrumentalização da mídia em movimentos de caráter anti-democráticos, e pela violação de todos os direitos da população, e ataque frontal a democracia.

Santo deus, o dono do maior grupo argentino participou diretamente das sessões de tortura para tomar o jornal Clárin da herdeira.

A Folha de SP cedeu veículos para os agentes da ditadura "trabalharem" os inimigos do regime, e você me diz que são apenas ferramentas retóricas que a mídia usa?

Por óbvio você ignorou o exemplo da Venezuela em 2002.

Mas está claro que temos uma interdição no debate.

Lembre-se: o fato da presidenta entender que não vale à pena, não quer dizer que nunca valerá à pena.

Confio no julgamento dela.

Por enquanto dá gosto ver a mídia espernear.

Mas quando eles partirem para uma conspiração de fato, o que é deles, eu espero que esteja guardado.

Gustavo Alejandro disse...

Vamos aguardar a conspiração de fato, então, Douglas.