terça-feira, 29 de abril de 2008

Uma queda lenta


Dizem que um pessimista é um otimista bem informado. Eu sou mais um pessimista da categoria dos otimistas com medo às decepções. Como disse Millor, é melhor ser pessimista porque assim você se da bem qualquer seja o desfecho duma situação.

Nos recentes acontecimentos campistas, confesso que inocentemente meu lado otimista floresceu. Durante alguns dias pensei que a justiça e a sociedade iam corrigir a penosa situação que se vive na cidade, mas rapidamente o bom senso voltou a me indicar o quanto se está longe disso acontecer.

Resgato de tudo isso a manifestação “Chega de Palhaçada” promovida pelos blogs Urgente e Roberto Moraes. Contudo, não posso deixar de perceber que foi um louvável ponto de partida de um processo que vai demorar bastante até conscientizar a maioria da população da necessidade de uma mudança. Os campistas continuam acompanhando a política local como se fosse um episódio de novela, onde sua participação se limita apenas à observação passiva. São passageiros impotentes de um avião que desaba lento.

Prevejo que dificilmente o resultado das próximas eleições seja outro do que o retorno de Arnaldo Vianna ao governo. Talvez os campistas sejam mais realistas ao pensar que é melhor escolher o menos pior. Lembra-me àquela anedota do camponês russo que ao ser perguntado como se encontrava respondeu “Mais ou menos. Estou pior do que o ano passado, mas melhor do que estarei ano que vem”.

Afinal, os campistas são tão otimistas quanto eu.

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